Revista o electricista

“o que não conseguimos medir, não conseguimos melhorar”

“o que não conseguimos medir, não conseguimos melhorar”

A escassez de recursos e as preocupações ambientais são temas comuns hoje em dia. Naturalmente, a utilização de recursos energéticos está intrinsecamente ligada ao meio ambiente, refletindo o facto de que, a utilização dos primeiros, de uma forma geral, prejudica o segundo.

De forma paralela, mas com uma relação direta, o progresso das sociedades encontra-se ligado à sua capacidade de produção, o que por norma se exprime em consumos energéticos, significando assim que quanto maior for a capacidade produtiva de um país, maior será o seu consumo de energia. Este facto, inevitavelmente, tem um impacto no ambiente e fundamenta a importância de promover tecnologias e processos que alcancem uma maior eficiência energética, embora esta possa, por vezes, ser difícil de medir. Não é por acaso que os indicadores energéticos utilizados comumente relacionem sempre a energia necessária e o produto final. Damos como exemplo os litros de combustível e a distância percorrida ou a energia necessária para produzir uma determinada quantidade de um produto. No caso do CENFIM, um dos indicadores utilizado é a relação da energia consumida com o volume de formação, sendo este um indicador essencial para avaliar a eficiência energética das atividades de formação.

A existência de políticas relacionadas com o meio ambiente e a energia, e o facto de estas terem vindo a ser constantemente atualizadas e adaptadas para enfrentar os desafios atuais, também evidenciam o esforço que está a ser feito na promoção de um desenvolvimento mais sustentável. No CENFIM, a implementação de medidas para promover a sustentabilidade e a utilização eficiente de recursos são práticas comuns. Nesse sentido, e em conformidade com a Resolução de Conselho de Ministros 104/2020, de 24 de novembro, foi elaborado o Plano de Eficiência ECO.AP 2030, que definiu medidas e objetivos operacionais, assentes na utilização eficiente dos recursos energéticos, hídricos e materiais, para alcançar um desenvolvimento mais sustentável.

Assim, e tendo por base a reflexão de “O que não conseguimos medir, não conseguimos melhorar”, o CENFIM analisa o seu consumo energético anualmente, tendo também elaborado um estudo durante o ano de 2023 sobre a capacidade e tipologia luminotécnica dos seus 17 edifícios. Esta medida constituiu-se como uma ação de sensibilização e comunicação às Partes Interessadas enquadrada no Plano de Eficiência, para além de potenciar a identificação de oportunidades de melhoria. Adicionalmente, permitiu o cálculo de indicadores chave para uma análise fina da energia consumida com a iluminação face a outras características de interesse, como a área a iluminar ou a quantidade de lâmpadas
num determinado local.

Importa reiterar que, embora o aumento de produção em qualquer processo produtivo resulte num maior consumo de energia, isso não significa que não devamos implementar tecnologias mais eficientes, as quais contribuem para a construção de um futuro mais verde, uma sociedade mais sustentável e um aumento de responsabilidade social, que combinam benefícios ambientais, financeiros e sociais.

José Sá
Gestor de Energia e Recursos
CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica