Reforçar a circularidade da indústria europeia de baterias, através do desenvolvimento de novos materiais anódicos sustentáveis para serem aplicados na próxima geração de baterias de lítio é o principal objetivo do HETMOLION, um projeto europeu que junta parceiros de quatro países e que conta com a ajuda do INEGI. O Instituto, o único parceiro português, vai liderar a análise do ciclo de vida e a avaliação económica das baterias desenvolvidas, bem como aferir a circularidade do sistema de produção.

“O HETMOLION visa responder às necessidades da indústria de baterias, apostando em novos materiais que têm o potencial para serem mais seguros e sustentáveis. Podem, assim, ser uma alternativa futura para algumas das atuais baterias de lítio e aplicados, por exemplo, em veículos de transporte público urbano”, explica Teresa Mata, responsável pelo projeto no INEGI.

O consórcio, que abrange parceiros de Portugal, Polónia, África do Sul e Roménia, vai desenvolver novos materiais com óxidos metálicos de transição de alta entropia (designados por HETMO). Pelo menos, 80% destes componentes poderão ser obtidos a partir de resíduos de outras baterias, permitindo minimizar o uso de matérias-primas primárias e aproveitar resíduos urbanos.

Os novos materiais serão concebidos de acordo com as diretrizes da União Europeia para a sustentabilidade e testados em protótipos de baterias de lítio.

“As baterias desempenham um papel na transição para uma economia verde, nomeadamente na disseminação generalizada do transporte público elétrico. Queremos contribuir para o progresso da indústria de baterias, reforçando a autonomia estratégica da União Europeia e alcançando a circularidade e um impacto neutro no clima”, acrescenta Teresa Mata.

O projeto HETMOLION tem a duração de cinco anos e é financiado no âmbito do programa Horizon 2020 da Comissão Europeia.