Revista o electricista

evolução da rede de transporte e distribuição de eletricidade

Evolução da rede de transporte e distribuição de eletricidade

A eletrificação da economia é uma das componentes mais importantes na transição energética, assumindo maior relevância quando realizada através do aumento da produção de eletricidade a partir de fontes de energia renovável.

Nos últimos anos registou-se um crescimento muito significativo do solar fotovoltaico (grandes centrais) e, mais recentemente, na produção descentralizada, que tem vindo a contar com um grande aumento da potência instalada, sobretudo devido à aposta, inicialmente nas Unidades de Mini e Microgeração, Unidades de Pequena Produção (UPP) e, mais tarde, nas Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC).

Em qualquer destas situações, a eletricidade tem de ser transportada desde os novos pontos de produção até à rede elétrica nacional e aos locais de consumo. Este artigo aborda a evolução da rede elétrica nos últimos anos, nomeadamente as suas componentes de transporte e distribuição.

Rede de transporte

A rede de transporte de eletricidade é responsável pelo fornecimento elétrico entre os grandes centros de produção e as redes de distribuição e os grandes consumidores industriais.

Portugal tem vindo a aumentar de forma consistente a potência instalada e, consequentemente, a produção de energia elétrica por via das fontes renováveis em detrimento da produção com origem em combustíveis fósseis, o que implica a necessidade de novas conexões elétricas em muito alta tensão (MAT) e alta tensão (AT).

Acréscimo de potência instalada e de rede de transporte em Portugal entre 2008 e 2022.
Figura 1. Acréscimo de potência instalada e de rede de transporte em Portugal entre 2008 e 2022.

Na Figura 1 podemos observar o acréscimo constante de potência renovável (e algum gás natural) e a constante diminuição de potência não renovável (especialmente carvão e petróleo). A acompanhar o incremento da instalação renovável está o aumento contínuo da rede de transporte, devido essencialmente à construção de novas centrais renováveis.

Tendo em conta o aumento planeado de potência renovável estabelecido no Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030), nomeadamente o acréscimo, até 2030, de 13,2 GW de solar fotovoltaico centralizado e de 6,5 GW de eólica, prevê-se também o aumento proporcional na rede de transporte.

Rede de distribuição

Paralelamente aos grandes investimentos realizados na produção centralizada de eletricidade renovável, foram surgindo gradualmente investimentos direcionados a projetos de produção descentralizada, mais focados no consumo industrial, doméstico e serviços.

O primeiro passo na produção descentralizada foi dado com sistemas de mini e microprodução em 2007 (Decreto-Lei n.º 363/2007), com o estabelecimento do regime simplificado de microprodução com a possibilidade de entrega de toda a eletricidade à rede e, posteriormente, em 2011 (Decreto-Lei n.º 34/2011), com a limitação da potência destas instalações a 250 kW.

No entanto, o crescimento efetivo começou a partir de 2014 (Decreto-Lei n.º 153/2014), com o estabelecimento dos regimes de produção de eletricidade em autoconsumo, as UPAC, e de produção de eletricidade e venda na totalidade à rede, as UPP. Estes últimos funcionam efetivamente como minicentrais de energia renovável. A Figura 2 mostra o desenvolvimento da instalação destes sistemas a partir de 2014.

Márcio Sobral
Técnico Especialista da Direção de Formação, Informação e Educação

ADENE – Agência para a Energia
Tel.: +351 214 722 800
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