Neste artigo, analisamos essa evolução através do indicador de intensidade energética, que relaciona a quantidade de energia consumida com o Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pelo respetivo setor de atividade.
Indústria
Um setor será tanto mais eficiente energeticamente quanto menor for o valor da sua intensidade energética. Este indicador é calculado através do rácio entre o consumo final de energia (tep) e o Valor Acrescentado Bruto (VAB) (M€). Assim, um setor de atividade é considerado energeticamente mais eficiente quando consome menos energia nos seus processos de produção de bens ou serviços, para a mesmo valor de riqueza criado (VAB).
Na Figura 1, observamos a evolução da intensidade energética na indústria, verificando-se uma consistente diminuição ao longo dos últimos 10 anos. Em 2022, este indicador foi inferior em cerca de 15,5% relativamente ao valor registado em 2012. Em 2020, o setor industrial foi fortemente penalizado pela pandemia (menos produção, menos valor acrescentado), o que tornou o setor menos eficiente do ponto de vista energético.
Vários instrumentos de políticas públicas têm contribuído de forma generalizada para a melhoria da eficiência energética no setor da indústria, com destaque para o Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE), operacionalizado pela ADENE, que ao longo da sua vigência, tem desempenhado um papel fundamental na redução do consumo de energia, em particular nas instalações consumidoras intensivas de energia (consumos superiores a 500 tep/ano).
Medidas, como a substituição dos motores existentes por motores de alto rendimento, aplicação de variadores eletrónicos de velocidade em motores elétricos, implementação de sistemas de gestão e
monitorização dos consumos de energia e modernização dos equipamentos dos processos industriais, resultam em ganhos de eficiência energética.
Transportes
Apesar da evolução algo irregular, conforme se observa na Figura 2, parece clara a tendência decrescente do valor deste indicador, o que revela uma melhoria significativa da eficiência energética. A intensidade energética diminuiu em quase 10% na última década.
Em 2020, devido às fortes restrições impostas à mobilidade dos cidadãos na sequência da pandemia Covid-19, o consumo dos combustíveis do subsetor rodoviário caiu cerca de 15% em relação a 2019, o que se refletiu no melhor registo de sempre no que respeita à eficiência energética.
António Almeida
Técnico Especialista da Direção de Formação, Informação e Educação
ADENE
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