Generalidade sobre a potência reativa
A potência reativa é uma das componentes da potência elétrica total e corresponde àquela parcela de energia que não se converte em trabalho útil, que se pode visualizar sob a forma de movimento, calor ou luz, entre outras, mas que é necessária para que determinados equipamentos elétricos possam operar corretamente.
Esta situação ocorre principalmente em instalações onde existem determinados tipos de cargas, nomeadamente motores, transformadores ou condensadores e onde se verifica a existência de um desfasamento entre a tensão e a corrente.
Enquanto a potência ativa corresponde a uma energia efetivamente aproveitada e que se traduz em diferentes formas de trabalho útil, a potência reativa circulante não tem qualquer utilidade prática em termos de tradução de trabalho físico, seja ele mecânico, térmico ou luminoso, mas é fundamental para assegurar o funcionamento e a operação correta e estável de diversos equipamentos presentes na instalação e que necessitam desta mesma energia reativa para produzir os diferentes campos eletromagnéticos que são efetivamente necessários para garantir o seu próprio e correto funcionamento.
Para compreendermos melhor os diferentes conceitos de potências e a sua relação, passamos a indicar em baixo o esquema vetorial de potências elétricas:
Triângulo de potências

P – Potência ativa – W – traduz-se em trabalho efetivo.
Q – Potência reativa – VAR – não se concretiza em trabalho, mas assegura a estabilidade da operação dos diferentes equipamentos na instalação.
S – Potência aparente – VA – combinação total das duas anteriores.
O ângulo de desfasamento entre a tensão e a corrente (ϕ), indica a eficiência do sistema que se mede através do respetivo fator de potência – Cos (ϕ).
Consequências do excesso de potência reativa circulante nas instalações elétricas
- Diminuição da esperança média de vida de diversos equipamentos – a potência reativa aumenta a intensidade de corrente circulante, o que provoca sobrecargas nos cabos elétricos e nos transformadores, advindo daí uma consequente e natural diminuição do seu prazo de vida útil.
- Maior consumo energético e maiores custos monetários de utilização na instalação – as perdas energéticas aumentam, derivado do maior nível de perdas por aquecimento e consequentemente os custos energéticos aumentam para o utilizador.
- Limitação da capacidade de potência disponível – a potência reativa ocupa uma parte da capacidade e da potência total disponível, reduzindo assim a percentagem de potência ativa que pode circular e que se pode distribuir e que pode vir realmente a concretizar-se em trabalho útil e efetivo.
- Custos económicos efetivos – as empresas fornecedores de eletricidade impõem penalizações monetárias aos utilizadores que consumam demasiada energia reativa, onerando assim as respetivas faturas energéticas da instalação.
Equipamentos que aumentam o consumo de energia reativa indutiva

- Motores elétricos, sendo os principais os motores de indução.
- Transformadores elétricos que através das suas bobines indutivas utilizam energia reativa para os processos de transformação de tensão.
- Luminárias com balastros indutivos para lâmpadas fluorescentes.
- Balastros ferromagnéticos.
- Equipamentos de climatização e de refrigeração que, com os seus compressores e ventiladores, provocam aumentos dos consumos de energia reativa.
- Circuitos eletrónicos diversos.
- Máquinas de soldadura.
- Fornos de indução.
Gustavo Castro Correia
Engenheiro Eletrotécnico
Diretor Técnico
CTEL – Companhia de Tecnologias de Empresa, Lda.
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