O preço da gasolina e do gasóleo tem vindo a aumentar, e não se espera que seja um panorama que venha a sofrer alterações nos próximos anos. Por isso há muitas pessoas a procurar novas alternativas para se deslocar, e é aqui que surge o veículo elétrico.
A União Europeia proibiu a venda de automóveis novos com motor de combustão interna a partir de 2035, e nesse seguimento as marcas tem direcionado os seus esforços para a criação e melhoria de veículos elétricos e híbridos. Algumas marcas chegaram a afirmar que depois de 2030 só irão comercializar veículos elétricos.

As vendas e a quota de mercado dos veículos elétricos e híbridos tem aumentado substancialmente nos últimos anos e a tendência é para continuar a crescer. Mas para fazer uma escolha consciente entre os dois tipos de veículos é importante entender quais as diferenças face às viaturas de combustão, por isso iremos apresentar as principais diferenças entre um veículo com motor de combustão a gasolina ou diesel, e um elétrico.
1. Valor de aquisição
O custo de aquisição do veículo elétrico é, ainda, muito mais elevado sobretudo devido às baterias que representam cerca de 20% do custo de um veículo elétrico. Este valor tende a baixar segundo dados fornecidos pela Federação Europeia dos Transportes e do Meio Ambiente.
Importante referir que há, atualmente, vários incentivos à compra de veículos elétricos ou híbridos Plug-in.
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2. Mecânica mais simples
O tipo de energia utilizada é, obviamente, a grande diferença. O veículo elétrico obtém a energia a partir da eletricidade armazenada numa bateria que alimenta um ou vários motores elétricos, e um veículo de combustão utiliza a energia química libertada na combustão para fazer movimentar os pistões do motor.
Em termos mecânicos, um veículo elétrico é mais simples porque tem menos componentes, tendo um inversor que transforma a corrente contínua em alternada para abastecer a bateria e colocar em funcionamento o motor elétrico e um redutor (duas engrenagens com uma relação de transmissão fixa) que multiplica o binário na saída do motor.
3. Menos manutenção
O veículo elétrico como não tem componentes com a embraiagem, a caixa de velocidades e sistemas complexos sujeitos a avarias como o filtro de partículas, recirculação dos gases de escape, velas, injetores, tornam a sua manutenção mais simples. Mas obviamente que têm de ser feitas revisões periódicas como em qualquer outro automóvel porque possui um sistema de travagem com necessidades, amortecedores, filtros do habitáculo, ar-condicionado e, em alguns veículos, um sistema de refrigeração com a sua própria bomba e líquido para controlar a temperatura da bateria.
A manutenção é, de facto mais simples e que possa ser efetuada em qualquer oficina, mas se ocorrer uma avaria as coisas podem complicar-se porque a sua resolução exige conhecimentos específicos para interagir com o sistema elétrico de alta voltagem e de ferramentas especializadas que nem todas as oficinas têm atualmente.
4. Carregamento versus Abastecimento
O carregamento da bateria do veículo elétrico demora mais tempo do que abastecer a viatura de combustão. O processo de carregamento também pode variar em função do tipo de carregamento:
- o que demora menos tempo é o PCR (Ponto de Carga Rápida) que permite recuperar a capacidade total em cerca de uma hora mas os valores são muito mais elevados do que os outros carregamentos;
- carregamento numa wallbox doméstica ou num ponto de carregamento público, uma opção que permite carregar a bateria por completo em seis ou oito horas e com um custo mais acessível. Aqui chamamos a atenção que o ideal é ter uma wallbox na garagem ou no estacionamento para carregar a bateria sempre que necessário.

5. Planeamento cuidado das viagens
Como a autonomia de um veículo elétrico é inferior ao de um veículo de combustão torna-se necessário fazer um planeamento cuidado das viagens. Caso tenha um veículo elétrico deve aproveitar as paragens para carregar a bateria do automóvel e escolher uma rota que passe por pontos de carregamento. Ou seja, nas viagens mais longas é expetável que demore mais tempo a chegar com um veículo elétrico do que com um veículo a combustão.
6. Condução mais suave
A condução de um veículo elétrico não é muito diferente da condução de um veículo a combustão, sobretudo se este último tiver uma caixa de velocidades automática. No veículo elétrico, o condutor tem apenas de se habituar ao sistema de regeneração de energia quando se levanta o pé do acelerador sobretudo se tiver ativado o nível de recuperação mais elevado.
Em termos de ruído, o veículo elétrico é muito diferente porque é mais suave e silencioso. E como tem uma caixa de velocidades com uma única relação não se verificam ligeiros solavancos típicos de quando se engrena uma velocidade.
As prestações também são diferentes porque o binário do motor do veículo elétrico está disponível logo no arranque, permitindo acelerações mais rápidas e melhores recuperações. Como a relação de transmissão é fixa, a velocidade máxima é inferior à de um veículo de combustão equivalente, embora alguns elétricos possam alcançar os 180 km/h, um valor ligeiramente inferior aos dos modelos mais populares e sem aspirações desportivas.
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